PF apura suposto desvio de R$ 100 milhões no BNB, diz revista.
A Polícia Federal (PF) investiga um suposto novo caso de desvio de dinheiro envolvendo o Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e integrantes do Partido dos Trabalhadores (PT).
De acordo com as investigações, o dinheiro seria usado como caixa dois em campanhas políticas.
A Polícia Federal (PF) investiga um suposto novo caso de desvio de dinheiro envolvendo o Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e integrantes do Partido dos Trabalhadores (PT). Segundo reportagem da revista Época, a PF apura um rombo de R$ 100 milhões, que seriam destinados a financiamento de campanhas políticas.
O esquema de desvios e fraudes no BNB teria ocorrido com o uso de laranjas ou notas fiscais frias para justificar empréstimos ou financiamentos tomados no banco. Levantamento feito pela publicação mostra que, entre os nomes envolvidos nas investigações da CGU e da Polícia Federal, há pelo menos dez filiados ao PT. Apresentado ao levantamento e aos documentos, o promotor do caso, Ricardo Rocha, foi enfático ao afirmar que vê grandes indícios de um esquema de caixa dois para campanhas eleitorais.
A maioria das operações fraudulentas ocorreu, segundo a Época, entre o fim de 2009 e o início de 2011. Somados, os valores dos financiamentos chegam a R$ 100 milhões, e a dívida com o banco a R$ 125 milhões. A reportagem revela ainda que as empresas MP Empreendimentos, a Destak Empreendimentos e a Destak Incorporadora conseguiram financiamentos na ordem de R$ 11,9 milhões. Elas pertencem aos irmãos da mulher de Robério do Vale, Marcelo e Felipe Rocha Parente.
Uma auditoria realizada pelo próprio BNB constatou que as três empresas fazem parte de uma lista de 24 que obtiveram empréstimos do banco com notas fiscais falsas, usando laranjas ou fraudando assinaturas. As empresas foram identificadas após a denúncia feita por Fred Elias de Souza, um dos gerentes de negócios do Banco do Nordeste.
À revista Época, ele revelou que soube do esquema na agência em que trabalhava, a Fortaleza-Centro, e decidiu procurar o Ministério Público, em setembro do ano passado. O promotor Rocha, depois de tomar conhecimento do teor e da gravidade das denúncias de Souza, chamou representantes do Ministério Público Federal, da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União para acompanhar o depoimento.
O atual presidente do BNB, Jurandir Santiago, assumiu o cargo em junho de 2011. Sua última administração também é alvo de uma investigação, que culminou no “Escândalo dos Banheiros”, denunciado pelo O POVO em julho do ano passado.
Até assumir a presidência do banco, no meio do ano passado, Jurandir era secretário das Cidades do Estado. O Tribunal de Contas do Ceará (TCE) investiga um esquema de superfaturamento na construção de banheiros em comunidades carentes no interior do Estado.
Até assumir a presidência do banco, no meio do ano passado, Jurandir era secretário das Cidades do Estado. O Tribunal de Contas do Ceará (TCE) investiga um esquema de superfaturamento na construção de banheiros em comunidades carentes no interior do Estado.
A reportagem de Época cita o nome do deputado José Guimarães como autor da indicação de José Alencar Sydrião Júnior para diretor de Gestão do Desenvolvimento do BNB. O setor seria responsável pela liberação de recuros do banco e também o segundo maior doador de campanha de Guimarães. De acordo com a revista, o deputado, contudo, nega ter conhecimento das irregularidades e repudia qualquer envolvimento de seu nome relacionado a desvios de recursos no BNB. Ele disse que o ex-presidente Roberto Smith foi indicado pelo PT do Ceará com sua anuência.
O comando do BNB afirmou, de acordo com a Época, nunca ter sido omisso quanto às irregularidades e que vários dos envolvidos foram demitidos. Robério do Vale, chefe de gabinete, afirma que sua função não interfere no processo de concessão de crédito. Ele diz que o banco deve apurar as irregularidades e punir os responsáveis, afirmou à revista.
Segundo a publicação, o ex-presidente do banco Roberto Smith diz não ter tomado conhecimento do relatório da CGU nem das conclusões da auditoria interna, por estar fora do banco desde 2011. Afirma que, no final de seu mandato, recebeu denúncia de desvios de crédito e encaminhou para a auditoria.
Ainda de acordo com a revista Época, o promotor Rocha pediu ao BNB que providenciasse segurança a Fred de Souza, autor da maior parte das denúncias. Souza recusou. Desde então, escapou de um tiro na rua e foi perseguido por motos duas vezes. Souza foi transferido de horário e função.
Redação O POVO Online, com informações da revista Época.
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